segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Amigos Lusitanistas


A primeira palavra que este mês de Outubro nos traz à memória é, sem dúvida, sucesso. O sucesso que os nossos rapazes têm alcançado em cada semana, fruto do seu esforço, da sua dedicação, do seu querer e da sua garra. De tudo o que faz deles, dentro e fora das quatro linhas, verdadeiros Lusitanistas de alma e coração! Da união que têm no balneário e fora dele, do apoio e disponibilidade que sempre mostram para os mais jovens atletas do Clube, da simpatia e sentido de família que têm para com os sócios e adeptos que temos espalhados por todos os cantos do Mundo. E somos únicos nesse aspeto, neste nosso por vezes tão pequeno Alentejo, que o nome do Lusitano levou, leva e levará cada vez mais alto.

Um Clube como este não se confunde com as pessoas que o representam em cada momento mas sim com a própria História da cidade de Évora e desta região. O Clube é mais que todos nós, atletas, dirigentes, sócios, é a soma de tudo isso e de todas as vozes que há mais de cem anos gritam pela glória verde e branca, que sofrem nos relvados, que pulam nas bancadas, sempre com os olhos na televisão ou com os ouvidos na rádio à espera da próxima explosão que apenas o Lusitano consegue despertar.

É talvez por isso – e tanto mais que as palavras não conseguem descrever – que o Lusitano acarreta paixões, inflama corações e move multidões. É também por isso que a nossa força é uma ameaça. Uma ameaça a todos que querem ver o Alentejo reduzido a pouco, esquecido no meio das searas, vetado a uma letargia que serve os interesses de muitos que, todos juntos, são muito pouco. É por isso que lutamos todos os dias, e contra isso. Desde o relvado ao balneário, dos gabinetes às secretarias, em Évora ou noutro qualquer sítio onde possamos mostrar que vive em nós a força que nunca deixou esta cidade ser conquistada. E acima de tudo é isso que o Lusitano é, Évora, Alentejo, casa de gente forte e boa, que sente nas paredes o eco de glórias que ainda hoje despertam inveja e maledicência.

A nossa missão é simples, ganhar. Ganhar sempre, e bem, com os nossos valores, a nossa ética desportiva e profissional, honrando a nossa camisola e a nossa História. O Lusitano nunca perde, apenas ganha ou aprende. E cada passo atrás que dê é um prenúncio para dois passos adiante, rumo ao futuro que tantos à nossa volta temem. A esses, a quem esta carta não se dirige, diremos sempre o mesmo. Preparem-se, estamos aqui, não nos vão pisar, não vão fechar estas portas que estão sempre abertas a todos, mesmo esses, os coniventes, os pequeninos. Há espaço para todos os que venham para crescer connosco. Os outros ficarão pelo caminho, deles a História nunca rezará, nunca contará os feitos alcançados, o brio e honestidade que tiveram, o sentir o que é ser Lusitano, sem pavor.

Demos pois mérito a quem o tem, aos nossos atletas e sócios, por fazerem deste Clube cada vez mais do que um clube, por fazerem do Lusitano uma forma de vida e de estar. A bola nem sempre entra, o árbitro engana-se, a chuva dificultou, as lesões atrapalham, o dinheiro não abunda como noutras paragens tão longe e tão perto, mas isso é futebol. O que não é futebol nem desporto é incitar à violência, comprometer a imparcialidade, ser pequeno de espírito.

Não queremos mais nem menos que os outros, queremos jogar e acima de tudo merecemos respeito, merecem-no os atletas, merecem-no os dirigentes, merecem-no os sócios e adeptos. E todos aqueles que não queiram dar esse respeito são bem-vindos à nossa casa, ainda assim, para que vejam como é ser grande, como é ser superior. Mas não confundam fair play com desatenção pois o hóspede e o peixe ao terceiro dia aborrecem-se. E esta onda de mudança não pode ser parada por mais velhos do Restelo que vociferem enquanto quedam néscios na sua trupe de escárnio. Esses o tempo levará, sem deles contar estórias. Ao contrário de nós, todos nós, verdes e brancos, novos e velhos, Lusitanistas!

Somos Lusitano!